quinta-feira, 14 de junho de 2012

CUBA



CUBA

Cuba possui uma das mais fantásticas histórias dentro dos Jogos Olímpicos, pois foi um modelo de desenvolvimento esportivo numa região que até então pouco havia sido protagonista olímpica, no caso, a América Latina. Sua evolução está diretamenre relacionada à adoção da política socialista esportiva e o conseqüente apoio recebido da então União Soviética, que já havia se consolidado como maior potência olímpica do planeta. Cuba teve um bom início em suas primeiras participações olímpicas, tendo conquistado 2 medalhas nos Jogos de 1900, em Paris, e 9 medalhas, 4 de ouro, nos Jogos de 1904, em Saint Louis. Todas essas medalhas foram concentradas na Esgrima. O número de medalhas dos Jogos de 1904 é meio controverso, pois há autores que relacionam parte das medalhas a competidores dos EUA. Rupert Kaiser menciona apenas 3 medalhas, todas de ouro, como pertencentes a Cuba. O site Geografia Olímpica também segue orientação de Kaiser (2004) e parcialmente de Kluge (1997). Na verdade, as medalhas cubanas teriam sido 3, todas de ouro. Depois dessas façanhas, Cuba só voltou ao pódio olímpico em 1948, para receber uma medalha de prata. Em 1959, houve a revolução comunista e Fidel Castro subiu ao poder. Sem apoio dos EUA, o novo governo voltou-se para a União Soviética e essa atitude acabou influenciando decisivamente a política esportiva cubana. Nos anos 60, o país não obteve grandes resultados, mas já em 1972, em Munique, Alemanha Ocidental, obteve 8 medalhas, 3 de ouro. Em 1976, em Montreal, nova evolução, com um recorde de 13 medalhas, 6 de ouro. Em 1980, em Moscou, o boicote dos EUA e de boa parte de seus aliados, acabou facilitando um poudo o caminho de Cuba, que acabou conquistando um total de 20 medalhas, 8 de ouro. Porém, na década de 80, o país viveu seu pior momento na história olímpica. Em 1984, boicotou os Jogos Olímpicos de Los Angeles, seguindo orientação da então União Soviética, o que era bem compreensível na época. Porém, em 1988, causou surpresa ao apoiar o boicote da Coreia do Norte aos Jogos de Seul, ausentando-se de mais uma edição dos Jogos. De 1989 a 1991, o mundo passou por várias mudanças que acabaram afetando fortemente o Leste Europeu e com isso a própria estrutura esportiva daqueles países. A unificação da Alemanha e a derrocada da União Soviética, contribuíram para um declínio esportivo de uma forma geral. Cuba, que não foi afetada pelo movimento até então, conseguiu manter sua estrutura e atingir um fantástico desempenho nos Jogos Olímpicos de Barcelona, nos quais somou um recorde de 31 medalhas, 14 de ouro, colocando-se atrás apenas da Equipe Unificada, dos EUA, da Alemanha e da China  no quadro geral de medalhas. Cuba ainda se manteve fechada,  enquanto o esporte do Leste Europeu acentuava seu declínio. Nos Jogos de 1996, em Atlanta, em pleno território norte-americano, Cuba obteve outro bom desempenho, 25 medalhas, 9 de ouro. Em 2000, em Sidney, Austrália, chegou a 29 medalhas, 11 de ouro. Porém, o processo de deserção de atletas e de treinadores começou a se intensificar nos anos seguintes. Em 2004, em Atenas, Grécia, Cuba ainda registrou outro bom desempenho, com 27 medalhas, 9 de ouro. Mas foi em Beijing, na China, em 2008, que a situação de decadência começou a ficar mais evidente, com a conquista de 24 medalhas, mas apenas 2 de ouro. Na época, o país já havia perdido 4 boxeadores, campeões olímpicos em 2004, por causa de deserções. E a situação chegou a um ponto tão lamentável que, nos campeonatos mundiais que antecederam os Jogos de Londres-2012, o país somou apenas 13 medalhas, 2 de ouro, desempenho medíocre para o país que havia ficado na quinta posição 20 anos antes. Nesse processo, assistimos até mesmo ao Brasil ultrapassar os cubanos, primeiro conseguindo se igualar aos antigos "mestres" em número de medalhas em Jogos Panamericanos, depois superando-os em medalhas de ouro, 3-2, nos Jogos Olímpicos de 2008, e finalmente batendo-os também em medalhas nos campeonatos mundiais, com 17 a 13. Para Londres-2012, Cuba não possui muitas esperanças sucesso. Durante seu período de ascensão olímpica, Cuba destacou-se principalmente no Atletismo e no Boxe, mas também teve grande sucesso no Judô, na Luta, no Voleibol e no Beisebol. Atualmente, em plena crise, não conseguiu classificar boxeadores para todas as categorias de peso e nem mesmo as famosas equipes de Voleibol conseguiram vaga nos Jogos. Outras modalidades esportivas de sucesso do país, já apresentam grande fragilidade. Dessa forma, é pouco provável que Cuba repita em Londres-2012 suas boas atuações do passado recente. Passaremos à análise das possibilidades de pódio de Cuba nos próximos Jogos Olímpicos. ATLETISMO. Cuba teve uma boa atuação no mundial de 2011, com a conquista de um total de 4 medalhas, nenhuma de ouro. O país concentra sua força nas provas de campo, embora tenha alguns destaques nas provas de corrida. Em Londres-2012, poderá fazer uma boa apresentação. Entre os homens, nas corridas, o campeão olímpico de 2008, Dayron Robles, e o novato Orlando Ortega são fortes candidatos na prova de 110m com barreiras. Osmar Cisneros (400m com barreiras) e a equipe de revezamento 4x400m possuem chances remotas de pódio. Nos saltos, Lázaro Borges (salto com vara) dificilmente repetirá a medalha de prata do mundial de 2011, mas não poderá ser desprezado. No salto triplo, Cuba possui bons saltadores, como Osviel Hernández, Arnie Girat, Alexis Copello e Ernesto Revé, mas lhes falta uma constância maior de pódio. Nos arremessos e lançamentos, a única esperança de medalha é Guillermo Martínez (lançamento de dardo). Nas provas combinadas, Leonel Suárez poderá evitar o amplo domínio dos EUA no decatlo. Entre as mulheres, as maiores esperanças de medalha estão nos saltos e nos arremessos e lançamentos. Yarisley Silva (salto com vara), Mabel Gay, Yargeris Savigne e Dailenys Alcántara (todas do salto triplo) são esperanças de pódio nos saltos. Nos lançamentos, Yarelys Barrios (disco) e Yipsi Moreno (martelo) poderão chegar ao pódio. BADMINTON. Sem chance de medalha. BASQUETEBOL. Sem chance de medalha. BOXE. Cuba já foi a grande potência mundial e olímpica no Boxe amador. Entretanto, a crise econômica e política contribuíram para a debandada de boxeadores e treinadores para outros países, em busca de melhores condições de vida. Com isso, a antiga potência foi se enfraquecendo. No mundial de 2011, Cuba teve um dos seus piores desempenhos, com apenas 3 medalhas, 2 de ouro. Para Londres-2012, a situação não será diferente. Das 10 categorias de peso, o país obteve vaga em 8, ficando fora da disputa em 2 delas. Com isso, dificilmente igualará as 8 medalhas conquistadas quatro anos antes em Beijing. Além disso, não possui muitos boxeadores favoritos, ficando com Lázaro Alvarez (56 kg), Yasniel Toledo Lopez (60 kg), Roniel Iglesias (64 kg) e Julio Cesar la Cruz (81 kg) suas maiores chances de medalha. La Cruz e Alvarez foram campeões mundiais em 2011. CANOAGEM. Cuba não obteve medalha no mundial de 2011 e deverá continuar seu jejum em Londres-2012. CICLISMO. O país não obteve medalha no mundial de 2011. Nas provas femininas possui remotíssimas chances de medalha com Lisandra Guerra na disputa de keirin. Sua representante na prova omnium feminina também poderá remotamente chegar ao pódio. ESGRIMA. O país já teve alguma expressão mundial, mas perdeu muito espaço no próprio continente americano e não terá representantes em Londres-2012. FUTEBOL, GINÁSTICA, HANDEBOL, HIPISMO, HÓQUEI SOBRE A GRAMA. Sem chance de medalha. JUDÔ. Cuba já foi uma das grandes forças da modalidade, principalmente devido á forte atuação de sua equipe feminina. Entretanto, vem perdendo muito espaço, principalmente para o Brasil e justamente nas disputas femininas. No mundial de 2011, Cuba obteve apenas 2  medalhas de bronze, seguindo o critério olímpico de um judoca por categoria de peso. Uma das medalhas ocorreu na divisão masculina, a outra, na feminina, mas apenas pelo critério olímpico. Mesmo assim, Cuba ainda pode fazer uma razoável campanha em Londres-2012. Entre os homens, Asley González (90 kg), Oreydi Despaigne (100 kg) e Oscar Brayson (+100 kg) são fortes apostas de pódio para Cuba. Entre as mulheres, Yanet Bermoy (52 kg), Maricet Espinosa (63 kg), Onix Aldama (70 kg) e Idalys Ortiz (+78 kg) são esperanças de medalha, com destaque para Bermoy e Ortiz. LEVANTAMENTO DE PESO. Cuba já obteve duas medalhas de ouro olímpicas na modalidade, mas vem caindo muito dentro do continente americano e, por tabela, já não possui força diante dos demais países do mundo. Sem chance de medalha. LUTA GRECO-ROMANA. Cuba obteve 2 medalhas, nenhuma de ouro, no mundial de 2011. Em Londres-2012, poderá obter um desempenho melhor. Suas maiores esperanças de medalha são Mijain Lopez (120 kg), campeão olímpico em 2008 e mundial em 2009 e 2010, Pedro Herrera (66 kg) e Pablo Shorey (84 kg). LUTA LIVRE. Cuba obteve apenas uma medalha de bronze no mundial de 2011, entre os homens. Poderá melhorar seu desempenho em Londres-2012. Entre os homens, Livan Lopez (66 kg) e Reineri Perez (84 kg) estão entre os candidatos ao pódio. Entre as mulheres, não há chances de medalha. NADO SINCRONIZADO, NATAÇÃO, PENTATLO MODERNO, PÓLO AQUÁTICO, REMO. Sem chance de medalha. SALTOS ORNAMENTAIS. Cuba não obteve medalha no campeonato mundial de 2011, mas a dupla Guerra-Aguirre é candidata à medalha na prova masculina de plataforma sincronizada. TAEKWONDO. Cuba não obteve medalha no mundial de 2011, mas possui tradição de medalha olímpica. Entre os homens, Robelis Despaigne (+80 kg) possui chances remotas de medalha. Entre as mulheres, não há chances de medalha. TÊNIS, TÊNIS DE MESA. Sem chance de medalha. TIRO AO ALVO. Cuba não obteve medalha no campeonato mundial de 2010, mas possui alguma chance de pódio em Londres-2012, entre os homens, com Guillermo Torres (skeet), e entre as mulheres, com Eglis Yaima Cruz (carabina de ar). TIRO COM ARCO, TRIATLO, VELA. Sem chance de medalha. VOLEIBOL. Cuba já foi uma das grandes forças do mundo, mas seu declínio esportivo tem se refletido fortemente na modalidade e o país não classificou nenhuma de suas equipes para os Jogos Olímpicos de Londres. VOLEIBOL DE PRAIA. Sem chance de medalha. 



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