CUBA
Cuba possui uma das mais fantásticas histórias
dentro dos Jogos Olímpicos, pois foi um modelo de desenvolvimento esportivo
numa região que até então pouco havia sido protagonista olímpica, no caso, a
América Latina. Sua evolução está diretamenre relacionada à adoção da política
socialista esportiva e o conseqüente apoio recebido da então União Soviética,
que já havia se consolidado como maior potência olímpica do planeta. Cuba teve
um bom início em suas primeiras participações olímpicas, tendo conquistado 2
medalhas nos Jogos de 1900, em Paris, e 9 medalhas, 4 de ouro, nos Jogos de
1904, em Saint Louis. Todas essas medalhas foram concentradas na Esgrima. O
número de medalhas dos Jogos de 1904 é meio controverso, pois há autores que
relacionam parte das medalhas a competidores dos EUA. Rupert Kaiser menciona
apenas 3 medalhas, todas de ouro, como pertencentes a Cuba. O site Geografia
Olímpica também segue orientação de Kaiser (2004) e parcialmente de Kluge
(1997). Na verdade, as medalhas cubanas teriam sido 3, todas de ouro. Depois
dessas façanhas, Cuba só voltou ao pódio olímpico em 1948, para receber uma
medalha de prata. Em 1959, houve a revolução comunista e Fidel Castro subiu ao
poder. Sem apoio dos EUA, o novo governo voltou-se para a União Soviética e
essa atitude acabou influenciando decisivamente a política esportiva cubana.
Nos anos 60, o país não obteve grandes resultados, mas já em 1972, em Munique,
Alemanha Ocidental, obteve 8 medalhas, 3 de ouro. Em 1976, em Montreal, nova
evolução, com um recorde de 13 medalhas, 6 de ouro. Em 1980, em Moscou, o
boicote dos EUA e de boa parte de seus aliados, acabou facilitando um poudo o
caminho de Cuba, que acabou conquistando um total de 20 medalhas, 8 de ouro.
Porém, na década de 80, o país viveu seu pior momento na história olímpica. Em 1984,
boicotou os Jogos Olímpicos de Los Angeles, seguindo orientação da então União
Soviética, o que era bem compreensível na época. Porém, em 1988, causou
surpresa ao apoiar o boicote da Coreia do Norte aos Jogos de Seul,
ausentando-se de mais uma edição dos Jogos. De 1989 a 1991, o mundo passou por
várias mudanças que acabaram afetando fortemente o Leste Europeu e com isso a
própria estrutura esportiva daqueles países. A unificação da Alemanha e a
derrocada da União Soviética, contribuíram para um declínio esportivo de uma
forma geral. Cuba, que não foi afetada pelo movimento até então, conseguiu
manter sua estrutura e atingir um fantástico desempenho nos Jogos Olímpicos de
Barcelona, nos quais somou um recorde de 31 medalhas, 14 de ouro, colocando-se
atrás apenas da Equipe Unificada, dos EUA, da Alemanha e da China no quadro geral de medalhas. Cuba ainda se
manteve fechada, enquanto o esporte do
Leste Europeu acentuava seu declínio. Nos Jogos de 1996, em Atlanta, em pleno
território norte-americano, Cuba obteve outro bom desempenho, 25 medalhas, 9 de
ouro. Em 2000, em Sidney, Austrália, chegou a 29 medalhas, 11 de ouro. Porém, o
processo de deserção de atletas e de treinadores começou a se intensificar nos
anos seguintes. Em 2004, em Atenas, Grécia, Cuba ainda registrou outro bom
desempenho, com 27 medalhas, 9 de ouro. Mas foi em Beijing, na China, em 2008,
que a situação de decadência começou a ficar mais evidente, com a conquista de
24 medalhas, mas apenas 2 de ouro. Na época, o país já havia perdido 4 boxeadores,
campeões olímpicos em 2004, por causa de deserções. E a situação chegou a um
ponto tão lamentável que, nos campeonatos mundiais que antecederam os Jogos de
Londres-2012, o país somou apenas 13 medalhas, 2 de ouro, desempenho medíocre
para o país que havia ficado na quinta posição 20 anos antes. Nesse processo,
assistimos até mesmo ao Brasil ultrapassar os cubanos, primeiro conseguindo se
igualar aos antigos "mestres" em número de medalhas em Jogos
Panamericanos, depois superando-os em medalhas de ouro, 3-2, nos Jogos
Olímpicos de 2008, e finalmente batendo-os também em medalhas nos campeonatos
mundiais, com 17 a 13. Para Londres-2012, Cuba não possui muitas esperanças
sucesso. Durante seu período de ascensão olímpica, Cuba destacou-se
principalmente no Atletismo e no Boxe, mas também teve grande sucesso no Judô,
na Luta, no Voleibol e no Beisebol. Atualmente, em plena crise, não conseguiu
classificar boxeadores para todas as categorias de peso e nem mesmo as famosas
equipes de Voleibol conseguiram vaga nos Jogos. Outras modalidades esportivas
de sucesso do país, já apresentam grande fragilidade. Dessa forma, é pouco
provável que Cuba repita em Londres-2012 suas boas atuações do passado recente.
Passaremos à análise das possibilidades de pódio de Cuba nos próximos Jogos
Olímpicos. ATLETISMO. Cuba teve uma
boa atuação no mundial de 2011, com a conquista de um total de 4 medalhas,
nenhuma de ouro. O país concentra sua força nas provas de campo, embora tenha
alguns destaques nas provas de corrida. Em Londres-2012, poderá fazer uma boa
apresentação. Entre os homens, nas corridas, o campeão olímpico de 2008, Dayron
Robles, e o novato Orlando Ortega são fortes candidatos na prova de 110m com
barreiras. Osmar Cisneros (400m com barreiras) e a equipe de revezamento 4x400m
possuem chances remotas de pódio. Nos saltos, Lázaro Borges (salto com vara)
dificilmente repetirá a medalha de prata do mundial de 2011, mas não poderá ser
desprezado. No salto triplo, Cuba possui bons saltadores, como Osviel
Hernández, Arnie Girat, Alexis Copello e Ernesto Revé, mas lhes falta uma
constância maior de pódio. Nos arremessos e lançamentos, a única esperança de
medalha é Guillermo Martínez (lançamento de dardo). Nas provas combinadas,
Leonel Suárez poderá evitar o amplo domínio dos EUA no decatlo. Entre as
mulheres, as maiores esperanças de medalha estão nos saltos e nos arremessos e
lançamentos. Yarisley Silva (salto com vara), Mabel Gay, Yargeris Savigne e
Dailenys Alcántara (todas do salto triplo) são esperanças de pódio nos saltos.
Nos lançamentos, Yarelys Barrios (disco) e Yipsi Moreno (martelo) poderão
chegar ao pódio. BADMINTON. Sem chance de
medalha. BASQUETEBOL. Sem chance de medalha. BOXE. Cuba
já foi a grande potência mundial e olímpica no Boxe amador. Entretanto, a crise
econômica e política contribuíram para a debandada de boxeadores e treinadores
para outros países, em busca de melhores condições de vida. Com isso, a antiga
potência foi se enfraquecendo. No mundial de 2011, Cuba teve um dos seus piores
desempenhos, com apenas 3 medalhas, 2 de ouro. Para Londres-2012, a situação
não será diferente. Das 10 categorias de peso, o país obteve vaga em 8, ficando
fora da disputa em 2 delas. Com isso, dificilmente igualará as 8 medalhas
conquistadas quatro anos antes em Beijing. Além disso, não possui muitos
boxeadores favoritos, ficando com Lázaro Alvarez (56 kg), Yasniel Toledo Lopez
(60 kg), Roniel Iglesias (64 kg) e Julio Cesar la Cruz (81 kg) suas maiores
chances de medalha. La Cruz e Alvarez foram campeões mundiais em 2011. CANOAGEM. Cuba não obteve medalha no mundial de 2011 e deverá
continuar seu jejum em Londres-2012. CICLISMO. O
país não obteve medalha no mundial de 2011. Nas provas femininas possui
remotíssimas chances de medalha com Lisandra Guerra na disputa de keirin. Sua
representante na prova omnium feminina também poderá remotamente chegar ao
pódio. ESGRIMA. O país já teve alguma expressão mundial, mas perdeu muito
espaço no próprio continente americano e não terá representantes em
Londres-2012. FUTEBOL, GINÁSTICA, HANDEBOL, HIPISMO, HÓQUEI SOBRE A GRAMA. Sem chance de medalha. JUDÔ. Cuba
já foi uma das grandes forças da modalidade, principalmente devido á forte
atuação de sua equipe feminina. Entretanto, vem perdendo muito espaço,
principalmente para o Brasil e justamente nas disputas femininas. No mundial de
2011, Cuba obteve apenas 2 medalhas de
bronze, seguindo o critério olímpico de um judoca por categoria de peso. Uma
das medalhas ocorreu na divisão masculina, a outra, na feminina, mas apenas
pelo critério olímpico. Mesmo assim, Cuba ainda pode fazer uma razoável
campanha em Londres-2012. Entre os homens, Asley González (90 kg), Oreydi
Despaigne (100 kg) e Oscar Brayson (+100 kg) são fortes apostas de pódio para
Cuba. Entre as mulheres, Yanet Bermoy (52 kg), Maricet Espinosa (63 kg), Onix
Aldama (70 kg) e Idalys Ortiz (+78 kg) são esperanças de medalha, com destaque
para Bermoy e Ortiz. LEVANTAMENTO DE PESO. Cuba
já obteve duas medalhas de ouro olímpicas na modalidade, mas vem caindo muito
dentro do continente americano e, por tabela, já não possui força diante dos
demais países do mundo. Sem chance de medalha. LUTA GRECO-ROMANA. Cuba obteve 2 medalhas, nenhuma de ouro, no mundial de
2011. Em Londres-2012, poderá obter um desempenho melhor. Suas maiores
esperanças de medalha são Mijain Lopez (120 kg), campeão olímpico em 2008 e
mundial em 2009 e 2010, Pedro Herrera (66 kg) e Pablo Shorey (84 kg). LUTA LIVRE. Cuba obteve apenas uma medalha de bronze no mundial de
2011, entre os homens. Poderá melhorar seu desempenho em Londres-2012. Entre os
homens, Livan Lopez (66 kg) e Reineri Perez (84 kg) estão entre os candidatos
ao pódio. Entre as mulheres, não há chances de medalha. NADO
SINCRONIZADO, NATAÇÃO, PENTATLO MODERNO, PÓLO AQUÁTICO, REMO. Sem chance de medalha. SALTOS ORNAMENTAIS. Cuba não obteve medalha no campeonato mundial de 2011, mas
a dupla Guerra-Aguirre é candidata à medalha na prova masculina de plataforma
sincronizada. TAEKWONDO. Cuba não
obteve medalha no mundial de 2011, mas possui tradição de medalha olímpica.
Entre os homens, Robelis Despaigne (+80 kg) possui chances remotas de medalha.
Entre as mulheres, não há chances de medalha. TÊNIS, TÊNIS DE MESA. Sem chance de medalha. TIRO AO ALVO. Cuba
não obteve medalha no campeonato mundial de 2010, mas possui alguma chance de
pódio em Londres-2012, entre os homens, com Guillermo Torres (skeet), e entre
as mulheres, com Eglis Yaima Cruz (carabina de ar). TIRO COM ARCO, TRIATLO, VELA. Sem chance de medalha. VOLEIBOL. Cuba
já foi uma das grandes forças do mundo, mas seu declínio esportivo tem se
refletido fortemente na modalidade e o país não classificou nenhuma de suas
equipes para os Jogos Olímpicos de Londres. VOLEIBOL DE PRAIA. Sem chance de medalha.
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